A sociedade e a Igreja hodierna experimentam uma grave crise de liderança. Assim como o mundo, a Igreja clama e almeja por líderes eficientes. A força de um verdadeiro líder deriva da capacidade de engajar e unir seus liderados na luta de um propósito para o bem comum. A crise que vivemos recai exatamente sobre esse ponto. O bem comum tem sido substituído pelo bem pessoal. A banalização do ministério eclesiástico têm produzido líderes desprovidos de integridade.
Em perplexidade assistimos tais líderes negociando a fé do povo de Deus. Compactuando com o erro para adquirir ou manter poder, sucesso e fama. Representam uma coletividade como meio de obter vantagem pessoal ou familiar. Nada é mais degradante que observar um líder que se diz cristão chafurdado no lamaçal do pecado e da corrupção.
Por essa razão, “Deus está chamando líderes. Não detentores de poder. Nem peritos em congratulações mútuas. Nem demagogos exibicionistas, manipuladores de multidões” [1]. Precisamos de líderes que possuam unidade de propósito em prol do Reino de Deus. Que tenham visão da necessidade urgente de formação do caráter cristão no seio da Igreja. Líderes que honrem a dignidade ministerial que precisa ser resgatada.
Líderes que se comprometam com as verdades bíblicas e sejam implacáveis na defesa da fé cristã. Líderes que não se considerem autossuficiente, mas que vivam na dependência divina em seus ministérios. Que sejam desprovidos da falsa humildade, que não exijam pompa, adulação e nem mesmo compensação ou benefícios pecuniários.
No período do profeta Ezequiel (593 – 571 a.C.), o Oriente Médio passava por uma crise internacional. Israel e Judá se encontravam no exílio. Tinham sido conquistados por seus opressores como consequência de seus pecados contra Deus. As nações estavam sendo massacradas pela corrupção desenfreada, pela usura contumaz, pelo suborno insolente, pelas predições mentirosas, a opressão implacável, a avareza injustificada e a violência reinante.
Ao revelar-se para o profeta o Senhor descreveu que uma das causas da destruição iminente era crise de liderança. Deus procurava alguém entre os líderes para trazer suspensão do julgamento contra o pecado: “um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ez 22.30).
Nesse caso a busca divina foi em vão, por isso e apesar disso, “Deus ainda procura esse tipo de homem para destacar no horizonte da história humama” [2]. Homens que possam liderar pelo paradigma da integridade, isto é, segundo o modelo preconizado nas Escrituras.
Pense nisso!
Douglas Roberto de Almeida Baptista
Notas Bibliográficas
[1] HAGGAI, John. Seja um Líder de Verdade. Belo Horizonte: Betânia, 1986. p. 16.
[2] MULDER, Chester O. et al. Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. vol. 4. p. 461.
Fonte: CPADNEWS
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