No país onde o líder deve ser adorado, os adoradores de Jesus são considerados como um perigo e ameaça ao Estado
A Coreia do Norte é o país número 1 na Lista Mundial da Perseguição desde 2002. Isso classifica a Coreia do Norte como o país mais fechado do mundo ao Evangelho e onde é mais difícil viver como cristão. Para compreendermos a dinâmica da perseguição aos cristãos, é necessário saber que tipos de perseguição predominam no país. São eles opressão comunista e pós-comunista e paranoia ditatorial.
Enquanto, em teoria, a Coreia do Norte ainda é um país comunista, na prática o que predomina é o culto à personalidade do líder. No entanto, como o país ainda é governado de acordo com costumes administrativos comunistas, esse ainda é o principal tipo de perseguição. Além disso, a ênfase do líder está se movendo do exército para o Partido dos Trabalhadores da Coreia. Isso também mostra que o pós-comunismo ainda tem uma grande influência. O resultado do 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, em maio de 2016 (o primeiro depois de 36 anos) não alterou nada visivelmente, nem no plano econômico nem no ideológico.
A Coreia do Norte é um claro exemplo de país dominado pela paranoia ditatorial. A paranoia ditatorial diz respeito à ditadura irrestrita dos governantes do país. Desde 1948, a Coreia do Norte é governada pela família Kim, cujo governo está agora na terceira geração. Todos têm que reverenciar a liderança e, por causa desse culto à personalidade do líder, o presidente Kim Jong-un é uma figura insubstituível na sociedade.
Ainda que o poder do atual presidente não seja tão absoluto quanto o do seu pai e seu avô, ninguém pode questionar sua autoridade. Kim Jong-un consolidou seu status através do poder nuclear. Essa reverência e adoração como a um deus não deixa espaço para qualquer outra religião e qualquer um que ouse reverenciar algo ou alguém que não seja a dinastia Kim é visto como uma ameaça para o Estado. O título oficial do presidente é: “Querido e respeitado camarada Kim Jong-un, presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia, presidente da Comissão de Assuntos do Estado da República Democrática Popular da Coreia e Supremo Comandante do Exército Popular Coreano”.
O Estado é a principal fonte de perseguição
Kim Jong-un alterou o juramento nacional, encurtando as referências às realizações de seu pai e avô e dando ênfase extra aos seus próprios feitos, mostrando claramente sua consolidação no poder. Em outubro de 2017, Kim Jong-un promoveu sua irmã para o politburo (comitê central do Partido Comunista), a elevando à elite política do país. Ela também participou das Olimpíadas de Inverno na Coreia do Sul e de vários encontros. Isso enfatiza a realidade da Coreia do Norte, onde governar o país e o Partido é um negócio de família, embora isso não signifique que ela tenha algum poder próprio.
A principal fonte de perseguição na Coreia do Norte é o próprio Estado, na figura do governo e do partido. Os cristãos não apenas continuam a ser vistos como perigosos e sua religião como o “ópio do povo” (como diz a ideologia comunista clássica), mas também são parte da classe hostil de acordo com o sistema de estratificação social chamado Songbun.
Devido ao constante doutrinamento que permeia todo o país, vizinhos vigiam uns aos outros e relatam atividades suspeitas às autoridades. Até mesmo a própria família entrega um cristão à polícia. As crianças, de modo especial, podem acreditar mais facilmente no que são doutrinadas e por isso entregam seus próprios pais, convencidas de que estão fazendo a coisa certa. Por isso, muitos pais preferem não contar aos filhos sobre a fé em Cristo.
Fonte: CPADNEWS
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