DEUS ELEGEU DILMA?
Algumas pessoas estão a dizer que Dilma foi reeleita pela vontade de Deus. Afinal, nada acontece sem a Sua vontade, não é mesmo? A discussão teológica por trás dessa simples afirmação é complexa, envolvendo alguns séculos de debate da tradição cristã. Uma parte dessa tradição - na qual me incluo - afirma que a vontade de Deus se expressa de dois modos: vontade determinativa e vontade permissiva. Nesse último caso, ainda que Deus permita que algumas coisas aconteçam não significa que ele concorde com elas. Como escreveu Roger Olson: "Deus está no controle de tudo, sem ser o controlador de tudo". Do contrário, isso faria de Deus o co-autor de todos os crimes e barbáries da história humana. O que, é claro, não dá para aceitar. Desse modo, a permissão de Deus não retira a responsabilidade humana por seus atos e as conseqüências daí advindas. Deus permitiu que Judas Iscariotes entregasse Jesus para ser morto, porém, o traidor pagou as consequencias. Somente isso é suficiente para refutarmos a ideia de um Deus cuja vontade determinativa se expressas nas urnas. Portanto, a não ser que você conheça, de fato, o pensamento de Deus - o que eu acho improvável - pare de dizer que Deus elegeu Dilma. É mais sensato afirmar que Deus permitiu o resultado da eleição. Mas, além disso, diga que está consciente das consequências dessa permissão.
Algumas pessoas estão a dizer que Dilma foi reeleita pela vontade de Deus. Afinal, nada acontece sem a Sua vontade, não é mesmo? A discussão teológica por trás dessa simples afirmação é complexa, envolvendo alguns séculos de debate da tradição cristã. Uma parte dessa tradição - na qual me incluo - afirma que a vontade de Deus se expressa de dois modos: vontade determinativa e vontade permissiva. Nesse último caso, ainda que Deus permita que algumas coisas aconteçam não significa que ele concorde com elas. Como escreveu Roger Olson: "Deus está no controle de tudo, sem ser o controlador de tudo". Do contrário, isso faria de Deus o co-autor de todos os crimes e barbáries da história humana. O que, é claro, não dá para aceitar. Desse modo, a permissão de Deus não retira a responsabilidade humana por seus atos e as conseqüências daí advindas. Deus permitiu que Judas Iscariotes entregasse Jesus para ser morto, porém, o traidor pagou as consequencias. Somente isso é suficiente para refutarmos a ideia de um Deus cuja vontade determinativa se expressas nas urnas. Portanto, a não ser que você conheça, de fato, o pensamento de Deus - o que eu acho improvável - pare de dizer que Deus elegeu Dilma. É mais sensato afirmar que Deus permitiu o resultado da eleição. Mas, além disso, diga que está consciente das consequências dessa permissão.
ELEIÇÃO E DESILUSÃO
Muitas pessoas ficaram desiludidas com o resultado da eleição presidencial. Ainda que isso expresse um sentimento momentâneo justificável - diante de um quadro político sinistro e tenebroso - não pode servir como fenômeno desencadeador de extrema desilusao. A política é um elemento importante da vida em sociedade, mas não o mais importante e muito menos o centro da vida. A política tem valor instrumental, e não ontológico. Significa dizer quer a política não é o propósito último da vida, e aquilo que nos serve de esperança. Falando de uma perspectiva bíblica e cristã, lembro que o sentido da vida está arraigado em Deus e nossa esperança se alicerça em Cristo. Deus está no controle de tudo. Então, permita-se entristecer por um pouco de tempo (caso o seu candidato não tenha sido eleito), mas não desiludir-se. Amanhã, quando o sol raiar novamente, encontre forças, levante a cabeça e continue a batalha. Essa não é uma mensagem de auto-estima. É um lembrete de encorajamento, de alguém que vê todas as coisas pelas lentes das Escrituras, que busca ajuda não em si mesmo, mas em Deus.
BRASILEIRO, ACIMA DE TUDO
Continuo sendo brasileiro ainda que o meu candidato não tenha sido eleito. Faz parte do jogo democrático aceitar a derrota eleitoral, ainda que não concorde com a forma como o jogo foi disputado. Respeito aqueles que votaram, por convicções pessoais e ideológicas, na candidata vencedora, independentemente da raça, cor, religião ou estado em que mora, ainda que discorde frontalmente da ideologia vencedora. Porém, não posso dizer o mesmo daqueles que votaram por interesse econômico ou em troca de favores. Esse tipo de voto expressa, a meu sentir, o que há de mais deplorável no processo eleitoral, pois também é uma forma de corrupção. Terminada a eleição, permanece a nossa responsabilidade de fiscalizar, denunciar e orar pela nação, e muito.
Continuo sendo brasileiro ainda que o meu candidato não tenha sido eleito. Faz parte do jogo democrático aceitar a derrota eleitoral, ainda que não concorde com a forma como o jogo foi disputado. Respeito aqueles que votaram, por convicções pessoais e ideológicas, na candidata vencedora, independentemente da raça, cor, religião ou estado em que mora, ainda que discorde frontalmente da ideologia vencedora. Porém, não posso dizer o mesmo daqueles que votaram por interesse econômico ou em troca de favores. Esse tipo de voto expressa, a meu sentir, o que há de mais deplorável no processo eleitoral, pois também é uma forma de corrupção. Terminada a eleição, permanece a nossa responsabilidade de fiscalizar, denunciar e orar pela nação, e muito.
(Valmir Nascimento)
Fonte www.cpadnews.com.br
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