segunda-feira, 23 de junho de 2014

Sudanesa cristã condenada à morte é libertada


Sudanesa cristã condenada à morte é libertada
O Tribunal de Recurso, em Cartum ordenou nesta segunda-feira o cancelamento da sentença de morte contra Ibrahim Meriam, que foi condenada por se converter ao cristianismo.
Conforme relatado pelo advogado do caso, Mohamed Ibrahim, o tribunal aceitou o recurso apresentado pela jovem e ordenou sua libertação imediata.
Ibrahim foi condenada à morte no dia 15 de junho, sob a acusação de apostasia, por supostamente se converter ao cristianismo do islamismo. Ela nega a acusação, dizendo que foi criada como uma cristã por sua mãe etíope. 
"Eu nunca fui um muçulmana", disse ela. "Fui criada no cristianismo, desde o início," argumentou.
O tribunal deu à jovem uma oportunidade para se retratar de sua fé cristã, mas Ibrahim se recusou, alegadamente dizendo ao tribunal: "Eu sou uma cristã, e eu vou continuar sendo uma cristã" 
A corte também ordenou Ibrahim a receber 100 chibatadas por cometer "zena" - em árabe,
"sexo ilícito" - por ter relações sexuais com seu marido, Daniel Wani, um cristão do sul do Sudão, que tem cidadania dos EUA .
Como em muitos países muçulmanos, no Sudão, as mulheres muçulmanas são proibidas de se casar com não-muçulmanos, enquanto os homens muçulmanos podem se casar fora da sua fé. 
Além disso, a sudanesa deu à luz seu segundo filho na prisão, onde ele ficou detido. Seu primeiro filho também ficou preso com ela.
Indignação internacional
Os presidentes das instituições da União Europeia (UE), bem como os representantes das principais religiões na Europa fizeram, na semana passada, um pedido de libertação para Mohamed Ibrahim, conforme relatado pela AFP.
De acordo com a agência de notícias, os legisladores da Comissão, do Conselho e do Parlamento, respectivamente, exortaram às autoridades sudanesas a respeitar a liberdade de religião e revogar o "veredito desumano pronunciado" contra Ibrahim e libertá-la.
Além disso, recentemente, cerca de 40 grupos de manifestantes marcharam e se reuniram em frente à Casa Branca, nos Estados Unidos, a fim de acusar o presidente Barack Obama de não fazer o suficiente para exigir a libertação da sudanesa.
Alguns dos manifestantes que exigiam a liberdade da jovem, usavam fitas vermelhas como cordas, enquanto marchavam e protestavam. 
"Isso representa as cordas que Meriam Ibrahim vem usando desde que ela foi presa no Sudão", disse ao CBN News, Penny Nance do Concerned Women for America.
"Ela realmente foi forçada a dar à luz, usando as correntes. Então, eu queria usá-las em solidariedade com a nossa irmã em Cristo, que foi presa apenas por sua fé", acrescentou. 
Da mesma forma, outras instituições internacionais, como a Aliança Evangélica na Itália, e a Assembléia Legislativa da Costa Rica, fizeram seu apelo ao governo sudanês para libertar Ibrahim.

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